03 março 2011

O Suicida (Fruto da mente)

    O gélido impacto da água em sua pele, revelava o quanto aquela noite era fria. Em sua mente, tudo transcorria fugazmente: a água, que hipodémica lhe trazia dor à pele e até

aos ossos, o mergulho do qual não conseguia sair, o momento em que saltou em direção á água...
    Estaria afogando seu sonhos? Sim. Mas tudo agora já está feito.Seu ego descia até as profundezas da gélida água, que continuava a amofinar seu espírito. A água que descia à sua garganta, atenuava e mitigava seus nervos ao se apoiar no chão decadente da desistência, os olhos tentavam ver o céu... Como queria ver o céu! Mas não podia. 


    Sua alma estava mergulhada nas tristezas de sua vida, que o levava àquele destino. Não queria pensar na realidade daquele instante, não tinha tempo! Momentos e tempos de sua vida, se passavam em sua mente, se passavam também prognósticos do efeito que a sua decisão causaria nas pessoas que viviam à sua volta...  
   
   Pensava em se arrepender, mas logo recuava. Decidiu então não pensar em nada,
e concentrar seu intelecto na água fria que ainda lhe incomodava... 

   Enfim a bonança, não lhe doía mais nada, não lhe afligia mais nada... Somente a água que bebia e a correnteza das águas que lhe levavam pra um lugar incerto e desconhecido... 

   Não sentia mais nada...
   Enfim, não sentia mais nada...

0 comentários:

Postar um comentário